Pessoas felizes, As (d)

Editora: Guimarães

Autor: Agustina Bessa-Luís

Ano:

ISBN: 9789726655091

Categoria: Literatura Estrangeira

Descrição: Novo, importado, em estoque. ATENÇÃO: o livro está em perfeito estado de leitura, mas levemente amarelado. Uma realidade sujeita ao pensamento corre o risco de pareçer inverosímil. Acontece como no Diário do Ano da Peste, de Daniel Defoe: É por esta razão que nós, Inspectores, não podía-mos, às vezes ter conhecimento de que uma casa estivesse infec-tada, antes que fosse demasiado tarde para a fechar. Em Petticoat-- Lane, duas casas foram infecta-das, mas a doença tão bem dissimulada que o Inspector, que era meu vizinho, não soube de nada até ao dia em que o avisaram de que toda a gente estava morta... Como Gogol, como Daniel Defoe, assim Agustina Bessa-Luís se concentra além duma realidade opaca que possa guardar o segredo da doença. Ela denuncia, como outros escritores seus simi-lares, a ingratidão em que o ser humano se exprime, mesmo nas suas lutas mais altruístas. Não usa o terror nem a sátira como apelo à vigilância; apenas seduz, que é a maneira delicada de inquietar o leitor. Reyserling atribuira ao português uma obstinação de atitudes que se não define senão em momentos chave e que pode contradizer a rotina duma vida inteira. No geral, ele não participa muito no fenó-meno social, concebe-o como espectáculo, adia o compromisso, ironiza para subverter, mas não deseja modificações irreversíveis. Negoceia, pactua, envolve-se pelo sentimento nas condições das anfibolo-gias. Mas, de repente, já não é o cidadão solícito nem o indivíduo servil. Comete um crime ou torna-se um herói; faz tábua rasa da sua formalidade, revela-se o herege, o mação ou o homem de utopias condicionado à sua oportunidade. Viveu demais pela inércia, recupera-se pela paixão. Keyserling disse que esta gente complicada possui uma tenacidade comprimida. Acrescente-se que ela tem também a latente vocação da revolta, que corresponde à curiosidade das aspirações, quando não ao fito das ambições. E se não revolta, pelo menos conspiração: uma conspiração à Danton, que o não desvia dos deveres conjugais, quer dizer, que não o arrebata absolutamente. 198p.