Venda de livros importados
Editora: Snob
Autor: Rene Crevel
Ano: 2021
ISBN:
Categoria: Literatura estrangeira
Descrição: Livro novo, importado, em estoque. Desvios é um romance que poderíamos qualificar de autobiográfico, se seu autor, inimigo dos lugares-comuns, não o tivesse negado. No entanto, nota-se que certos personagens parecem apegados à pele do escritor. Desvíos é o primeiro romance de René Crevel, que com sua prosa sofisticada e irônica, narra as tentativas de um jovem para se livrar dos fardos familiares e conquistá-los, reconciliando-os, o amor e a liberdade. Casos de amor, ambições literárias, entrevistas, festas com amigos e a presença de uma estranha condessa, compõem este delicioso romance.René Crevel viveu apenas 34 anos, deixando-nos poemas, romances, textos soltos, loucos. O suicídio acompanhou-o desde sempre, como se algum dia fosse inevitável realizá-lo, e anuncia-se logo neste seu primeiro romance, Desvios, cabendo nele a descrição de um gesto que terá, 11 anos depois, a forma que o próprio Crevel escolherá, juntando um bilhete ao corpo: «É favor de me incinerar. Repulsa.» Desvios é, no entanto, e ao mesmo tempo, um romance de uma alegria tresloucada (até nas passagens mais melancólicas) e que parece estritamente ligada ao acto de se contar uma história. Seduzido pelo Surrealismo e por Breton, há quem queira ver numa posterior desilusão com este o motivo para a sua derradeira escolha, outros vêem-no na consciência da sua tuberculose avançada, mas o facto é que esse desvio da linha da vida marcou-o precisamente nela: aos 14 anos, vê o pai enforcado, levado pelas mãos da própria mãe, que lhe quis mostrar a cobardia do acto. É provável que Crevel tenha visto outra coisa. Bissexual assumido, o sexo, nos seus jogos e frustrações, é uma das cores na paleta de Desvios, que, embora usando os mesmos pincéis da literatura que o fundamenta, assume a rebeldia no traço, na forma, na força com que representa, rasgando se for preciso a tela. É jovial, desestabilizador, terno e angustiante. «É um livro romântico», dirá numa carta a Paul Éluard, «como o seu autor».